O presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse nesta segunda-feira (19) que o partido não descarta a possibilidade de abrir mão de uma candidatura própria à Presidência.
A eventual articulação, segundo ele, visa um processo de unidade em torno de um outro candidato.
A sigla, inclusive, acredita que é possível construir uma terceira via, apontando para um nome que não seja Jair Bolsonaro nem Lula.
No entanto, apesar da fala de Bruno Araújo, Fernando Henrique Cardoso segue acenando positivamente para o ex-presidente petista.
O PSDB, que há décadas emplacou uma oposição incongruente ao PT, agora manifesta nitidamente as semelhanças mais íntimas que existem entre as siglas.
Em 2017, PT, MDB [antigo PMDB] e PSDB lideravam acusações de corrupção e caixa 2.
A lista de ministros, governadores, senadores e deputados que foram alvos de investigação por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluía 16 nomes do PT, 14 do PMDB e 11 do PSDB.
Todos eles foram citados nos depoimentos de delação premiada de ex-diretores da empreiteira Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
Há quem aponte FHC como alguém isento. Na verdade, ao contrário do que muitos pensam, o veterano político é alguém que possui lados bem definidos. Ele é uma das principais peças do ‘teatro das tesouras’ — termo utilizado para apontar ligação hegemônica e sorrateira entre a maioria dos partidos — em que não existe oposição, mas uma série de malabarismos com o objetivo central de se perpetuar no poder.
Com o cenário de 2022 ainda indefinido, o diretório tucano trabalha com quatro nomes que demonstram interesse em disputar o Palácio do Planalto no ano que vem. São eles:
Arthur Virgílio Neto, Eduardo Leite, João Doria e Tasso Jereissati.
Em caso de persistência em lançar candidatura própria, os quatros nomes acima devem se enfrentar nas eleições prévias da legenda, que ocorrem em novembro.