As prévias do PSDB geraram grande repercussão ao longo deste último domingo, 21 de novembro. Além de diversas acusações, brigas e rachas ocorridas nos últimos meses, novos conflitos vieram à tona no evento oficial.
Internamente, estimava-se que o nome a ser escolhido para disputar o Palácio Planalto seria definido já neste domingo, apesar de o cenário prever a possibilidade de um segundo turno, caso algum candidato não atingisse a maioria absoluta.
Os tucanos não esperavam, no entanto, que o aplicativo responsável pela coleta de votos apresentaria uma série de problemas – impedindo que parte expressiva dos filiados executassem seus registros.
O imprevisto, é claro, acirrou os ânimos e gerou conflitos em algumas alas do reduto tucano. No evento presencial, em Brasília, a deputada federal Mara Rocha (PSDB-AC) acusou pessoas ligadas ao governador de São Paulo, João Doria, de tentar comprar o seu voto.
“Eu tenho mensagens aqui, se não deixarem eu votar, eu vou dizer quem me ofereceu dinheiro para votar no Doria. Eu vou votar senão eu vou jogar mer… no ventilador”, gritou ela.
Diante do tumulto, a parlamentar preferiu não mostrar o material que alegava possuir no aparelho celular. Na sequência, após confirmar voto, ela saiu do evento dizendo que se desfiliará do PSDB.
Instabilidade
O ex-deputado federal Marcus Pestana, que é coordenador das prévias do PSDB, disse à coluna de Bela Megale, do O Globo, que ele faz parte do grupo de filiados que não teve êxito no registro de voto durante a eleição interna do partido.
Conforme Pestana, apenas dois motivos podem explicar a instabilidade do sistema no App: incompetência ou ataque hacker.
“As empresas foram contratadas para prestar esse serviço e não criaram nenhuma tecnologia nova. O trabalho foi implementar sistemas que já existem. Há duas opções para explicar a falha: incompetência ou ataque hacker”, frisou o político.
Com mais de 45 mil filiados, o dispositivo contabilizou os votos de apenas 10% dos inscritos.
Ainda de acordo com Marcus Pestana, a ferramenta tecnológica foi desenvolvida pela Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), além da empresa de segurança cibernética Kryptus, responsável pela auditoria.
Sem sucesso
Mesmo com a apresentação de problemas no aplicativo, o PSDB ainda tentou estender a votação, iniciada às 7h, com data de término fixada às 15h, mas prorrogada até as 17h.
Diante da situação, o comando nacional da sigla cogita duas propostas para tentar manter a votação:
1) Postergar, em prazo indefinido, o processo de votação por meio do aplicativo até que o registro seja validado por todos os membros;
2) Abolir o sistema digital de votação e retornar à proposta de registro em cédula.