A força das redes sociais continua sendo motivo de dores cabeça no governo Lula III, que se viu obrigado a recuar duas pautas-bomba em menos de uma semana devido à pressão popular na ‘praça digital’.
A primeira medida, envolvendo o monitoramento do PIX, já havia gerado uma onda de críticas e foi rapidamente retirada de pauta. Agora, a ideia de alterar a data de validade de alimentos para tentar reduzir preços também encontrou forte resistência.
A mobilização foi intensa. Críticas vindas de todos os lados — esquerda, centro e direita — dominaram as redes, com intensa articulação de parlamentares bolsonaristas tanto na Câmara quanto no Senado, mesmo em meio ao recesso legislativo. Mais uma vez, a investida digital uniu a população em torno da rejeição à proposta, levando o governo a recuar de novo.
A situação expõe uma realidade que o governo parece relutar em aceitar: as redes sociais têm pautado o debate público e imposto limites a decisões impopulares. Apesar de discursos que minimizam o impacto desse “barulho” na internet, os efeitos têm sido concretos.
Além das mobilizações, os memes também têm causado desconforto ao governo. A repercussão lembra momentos-chave do impeachment de Dilma Rousseff, quando as redes, sobretudo Facebook e Twitter (agora X), amplificaram a insatisfação popular e resultaram na derrubada da ex-presidente.