Como havia antecipado o Conexão Política, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na gestão de Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno, foi intimado pela Polícia Federal para prestar depoimento sobre o suposto monitoramento ilegal praticado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O oitiva está marcada para a próxima terça-feira (6), em Brasília, na sede da PF.
A PF diz apurar a existência de uma suposta organização criminosa infiltrada na Abin à época subordinada a Heleno e comandada pelo delegado e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
“A organização criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras, com objetivo de ‘obter ganho de ordem política posto que criavam narrativas para envolver autoridades públicas de extrato politico oposicionista da então situação'”, escreveu Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão que autorizou buscas contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos alvos da investigação.
Documentos externados até o momento mostram que o GSI é citado apenas uma vez. Sem fornecer muitas informações, a PF sinaliza que atuação da Abin, entre outras coisas, almejava interferir em investigações em andamento, como as que miram os filhos de Bolsonaro.