Em entrevista à CNN Brasil, a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora pelo Acre, Marina Silva (Rede), criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo indulto concedido ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). Segundo ela, o atual momento no Brasil é desafiador para a democracia.
“Estamos vendo aí [o governo] desafiar o Supremo [Tribunal Federal], desafiar a Constituição, fazer inclusive deboche dando a graça ao deputado Silveira, colocando o deputado na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] para que dê pareceres favoráveis a ele mesmo. É um deboche que está sendo feito com a democracia, com o Supremo e com as instituições”, declarou.
A ex-ministra de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também relembrou o pleito presidencial de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) se enfrentaram no segundo turno. Para Marina, as discussões entre PT e PSDB sempre aconteciam dentro do âmbito democrático.
“Mesmo na polarização entre PT e PSDB, que acabou adubando a terra que nasceu Bolsonaro, nós tivemos uma disputa [entre] democracia e democracia. Infelizmente, agora o que nasceu é uma disputa em que um lado tem alguém confrontando, querendo desmoralizar o Supremo. E pasmem, com ajuda e apoio de uma parte altamente relevante do Congresso Nacional, que é quem deveria reagir em legítima defesa da democracia. Esse não é momento para brincadeira”, avaliou.
Ao comentar sobre o futuro na política, a ambientalista revelou que está discutindo a possibilidade de ser candidata à Câmara dos Deputados pelo estado de São Paulo. Marina garante que essa ideia não estava prevista, mas passou a ser vislumbrada nas últimas semanas.
“Confesso que não é algo que eu tivesse colocado nos meus horizontes. Mas diante de tudo que estamos vivendo e estamos sofrendo, de como a agenda indígena e ambiental, estou avaliando com muito senso de responsabilidade. Logo darei essa resposta ao meu partido […]”, contou.