A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu mudar seu entendimento e solicitou na terça (4) que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite uma denúncia contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por suposto crime de corrupção passiva.
Em seu novo parecer, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araujo, fundamentou que não há mais condições de dar continuidade ao processo criminal contra o parlamentar.
Em 2019, a Primeira Turma do STF aceitou a acusação, apresentada pela própria PGR no ano anterior. Com isso, Lira passou a ser réu por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Agora, o órgão deseja o arquivamento do caso.
Segundo a denúncia, o congressista teria recebido mais de R$ 106 mil em propina quando era líder do PP na Câmara para apoiar a permanência de Francisco Carlos Caballero Colombo na chefia da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
Apesar disso, segundo o novo entendimento da PGR, a denúncia deve ser rejeitada, uma vez que não há elementos que comprovem as afirmações feitas em delação premiada pelo doleiro Alberto Youssef.
“Em síntese, o colaborador Alberto Youssef não apresentou elementos de prova autônomos, além dos seus próprios relatos, de que Arthur Lira mantinha Francisco Colombo no cargo por meio de sua influência política, posição em que teria exigido as supostas propinas”, diz a peça processual.