O movimento Vem Pra Rua divulgou um vídeo pedindo “Fora, Bolsonaro” nesta última quarta-feira (29).
O conteúdo diz que “estamos de luto” e fala de “esperança” após a saída do PT. Ainda no vídeo, o movimento acusa Bolsonaro de montar um esquema de “projeto criminoso” de poder.
“Eram 57 milhões de votos e apoio popular. Mas logo ficou evidente que Bolsonaro tinha outros planos”, diz trecho.
“Negando ser um governo contra a corrupção, escancarando a preferência mesquinha por intrigas políticas nada republicanas, frituras de ministros e completa desfaçatez com quem mudou e lida com as prioridades do país. O que vemos é a destruição de reputações, ataques mentirosos àqueles que não se ajoelharam diante de seus planos [neste momento, aparece fotos de figuras pró-Bolsonaro, a exemplo de Olavo de Carvalho, Allan dos Santos, Bernardo Kuster, Paula Marisa e LiloVlog]. E como isso lembra o PT”, diz o vídeo.
O movimento Vem Pra Rua termina pedindo “Fora, Bolsonaro” e acrescentando: “nos vemos em breve nas ruas”.
Controvérsia
Apesar de alegar ser ‘porta-voz’ dos anseios populares, o movimento Vem Pra Rua tem Rodrigo Chequer como um dos principais líderes. Ele é filiado ao Partido NOVO, sigla que tem sido alvo de muitas críticas do eleitorado conservador.
Em 2018, ano que chegou disputar o páreo eleitoral pela prefeitura de São Paulo, Chequer fez uma publicação no Twitter dizendo que a ministra Damares Alves misturava “religião com política”, o que gerou uma forte revolta dos conservadores.
Mas não foi apenas isso, Chequer foi além. Na mesma publicação, ele disse que faltava em Damares o “reconhecimento do aborto como questão de saúde pública”.
Algo há de ser feito no caso da ministra Damares.
Seja pelas declarações que misturam religião com política, pela falta de reconhecimento do aborto como questão de saúde pública, pela ausência de experiência em gestão, ou pela nao representatividade entre mulheres. Não dá.— Rogerio Chequer (@rogerchequer) December 13, 2018
Financiamento
Em março de 2015, uma matéria da BBC Brasil fez uma série de questionamentos sobre o financiamento do movimento Vem Pra Rua.
“Todos os grupos frisam ser apartidários e não receber dinheiro de partidos ou políticos. Rogério Chequer, criador do Vem Pra Rua, diz que seu grupo é financiado por ‘centenas’ de ‘doações espontâneas de pessoas envolvidas na coordenação do movimento’, mas não revela seus nomes”, diz trecho da reportagem.
Ainda na época, a BBC Brasil disse que obteve acesso ao registro do site vemprarua.org.br, URL oficial usada pelo movimento nas eleições da época. Segundo a BCC Brasil, o domínio foi comprado pela Fundação Estudar, do empresário Jorge Paulo Lemann.
“Registro de site de grupo Vem Pra Rua chegou a pertencer a fundação ligada a empresário Jorge Paulo Lemann, tido como homem mais rico do Brasil. No fim de 2014, o site foi excluído e o Vem Pra Rua mudou de endereço online”, diz outro trecho da matéria.
Em nota, a Fundação Estudar se disse “apartidária” e atribuiu o caso a uma “iniciativa isolada” de um ex-funcionário.
“A Fundação Estudar esclarece que não detém o registro e não hospeda em seu domínio o site vemprarua.org.br. A associação do nome da Fundação com este site ocorreu erroneamente por uma iniciativa isolada e individual de um colaborador, que já não faz mais parte do quadro da instituição.”
Jorge Paulo Lemannn criticado pelos conservadores
Assim como George Soros é criticado pelos conservadores ao redor do mundo, Jorge Paulo Lemannn também é alvo de muitas críticas por parte dos conservadores brasileiros.
Recentemente, inclusive, Eduardo Bolsonaro apontou a iniciativa RenovaBR citando Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) como possíveis figuradas comandadas pelo bilionário.
Ao falar sobre o projeto das Fake News, Eduardo disse acreditar que Lemann faz parte do plano esquerdista de dominação mundial.
“Jorge Paulo Lemann deve estar contente c/ seus deputados do RenovaBR Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES). Eles propuseram o PL 1429/20 que acaba c/ a sua liberdade na internet, censurando até seu whatsapp caso um censor julgue ali haver fake news. A imprensa adorou!”, disse Eduardo Bolsonaro.
Jorge Paulo Lemann deve estar contente c/ seus deputados do RenovaBR Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).
Eles propuseram o PL 1429/20 que acaba c/ a sua liberdade na internet, censurando até seu whatsapp caso um censor julgue ali haver fake news.
A imprensa adorou! pic.twitter.com/IdvICVVWtj
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 7, 2020