O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que é negro, defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após uma declaração polêmica em que o petista agradeceu à África pelo que foi produzido durante o período de escravidão no Brasil.
Na opinião do ministro, a fala do mandatário teve a única intenção de reconhecer as contribuições do povo africano para o desenvolvimento do país. Ele também defendeu a ideia de reparação histórica.
“O que o presidente Lula disse foi: ‘o Brasil tem uma dívida com África e ela tem que ser paga’. E por isso, o presidente tem insistido –e já falei com ele sobre isso– é que a agenda de direitos humanos com a África envolve o chamado direito ao desenvolvimento”, explicou Almeida em declaração ao Estadão.
Durante sua visita a Cabo Verde, na quarta-feira (19), Lula expressou sua “profunda gratidão” pelo que foi produzido pelos escravizados no país durante mais de três séculos. A fala foi motivo de controversas e provocou mudanças na assessoria de comunicação do governo federal.
“Nós brasileiros somos formados pelo povo africano. A nossa cultura, a nossa cor, o nosso tamanho, é resultado da miscigenação de índios, negros e europeus. Temos profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país”, afirmou o presidente na ocasião.