O governo Lula enfrenta uma deterioração política na Câmara, no Senado e até internamente entre sua equipe ministerial. Há também um claro descontentamento social em relação às suas ações de gestão, incluindo a deterioração econômica. No entanto, essa situação não parece refletir-se nas tradicionais pesquisas de opinião.
Levantamentos de várias empresas de sondagens convencionais apontam que a aprovação do presidente Lula continua a melhorar. Os dados, contudo, não refletem a realidade das ruas, onde a oposição da opinião pública é crescente, e a própria base eleitoral da esquerda está se fragmentando. Muitos eleitores que votaram em Lula em 2022 estão mudando de lado e expressando arrependimento pelo voto.
Os sinais de descontentamento são evidentes na sociedade. Em Brasília, as discussões legislativas no Congresso claramente materializam tensões políticas, enquanto a população expressa sua insatisfação nas ruas e nas redes sociais. No mercado econômico, há uma retirada de apoio a Lula, com críticas intensificadas ao líder petista.
Apesar dessa realidade presente, os institutos de pesquisas sugerem que Lula ascende em meio ao colapso de seu governo, que derrete em menos de dois anos completos de seu terceiro mandato. Um desses levantamentos é o da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (10), que aponta que 54% dos eleitores aprovam o trabalho de Lula, enquanto 43% reprovam. Outros 4% não souberam ou não responderam. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O resultado indica que a aprovação voltou a se descolar da reprovação. Em maio, os percentuais eram de 50% e 47%, indicando um empate técnico entre os dois indicadores.
A pesquisa Quaest também sugere que 53% dos entrevistados não consideram as falas de Lula como a principal razão para o aumento do dólar, enquanto 34% acham que sim. No entanto, é fato que as declarações de Lula têm impacto no mercado, gerando insegurança entre investidores, o que contribui para a alta do dólar. Esse impacto não pode ser anulado ou desconsiderado, apesar das percepções divergentes apresentadas pelas pesquisas.