Apesar do alerta vermelho para uma epidemia sem precedentes de dengue, o Brasil reduziu o ritmo de contratação de novos Agentes Comunitários de Endemias (ACEs) em 2023, conforme informações do Estadão.
Enquanto em 2022 houve um crescimento de 4.313 agentes, no ano seguinte o saldo foi de apenas 822 novos profissionais. Esses agentes desempenham um papel especial nas ações de controle do mosquito Aedes Aegypti, vetor da doença, e são contratados pelos municípios com recursos do Ministério da Saúde para custear seus salários.
No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), os Agentes de Combate de Endemias são os únicos autorizados a realizar o chamado ‘controle químico’ do mosquito, incluindo a aplicação de larvicidas e o uso do fumacê. Em meio aos alertas da Organização Mundial de Saúde sobre o possível recrudescimento da dengue no Brasil, a relação com esses agentes fica sob a responsabilidade da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, liderada atualmente pela epidemiologista Ethel Maciel.
O Ministério da Saúde repassa verbas aos municípios para pagar os salários dos ACEs, mas não ampliou o número máximo de agentes financiados em 2023. Os ACEs também desempenham um papel direcionado na coleta de dados sobre o Aedes Aegypti por meio do Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), auxiliando o planejamento das ações de combate ao mosquito.
Embora outros profissionais do SUS, como os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), também trabalhem no enfrentamento à dengue, eles têm atribuições mais abrangentes e não estão focados especificamente nessa doença. De acordo com os dados mais recentes, o país conta com 297.432 agentes comunitários de saúde e 102.098 ACEs.