O ministro aposentado Marco Aurélio Mello, ex-integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a ausência dos chefes dos demais poderes da República no desfile que comemorou os 200 anos da independência do Brasil.
Em declaração ao Valor Econômico, o ex-decano disse ter “estranhado” o fato de os presidentes do Supremo, ministro Luiz Fux; do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); não terem ido ao ato, o que seria atípico.
“Faltou a percepção, pelos presidentes, de que a solenidade, a comemoração, possui grandeza maior. Paciência,” lamentou. “Tempos estranhos. A confusão é total”, acrescentou.
Conforme noticiado por este jornal digital, Fux decidiu não ir ao desfile depois que os chefes do Legislativo confirmaram que também não iriam.
Lira quis priorizar compromissos de campanha em Maceió (AL) e deve voltar para a capital federal à noite. Já Pacheco tinha receio de que a solenidade fosse transformada em um palanque político.
Questionado sobre um eventual uso político da data comemorativa por Bolsonaro, que disputa a reeleição e fez um discurso de cunho eleitoral, Marco Aurélio respondeu que “o desfile de 7 de Setembro é uma festa nacional”.
Em relação às pautas defendidas por parte do público, que pediu o fechamento de instituições, intervenção militar e destituição do STF, o ex-ministro comentou: “Eu as atribuo ao exercício da cidadania, não deixando de lamentá-las.”