Em entrevista à GloboNews, o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que atuará para pacificar as Forças Armadas no país. Ele pontuou que não serão toleradas manifestações políticas de militares nas redes sociais. Ele cobrou, inclusive, um posicionamento de Jair Bolsonaro (PL) em relação aos atos que estão sendo classificados como antidemocráticos, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Múcio, que assumirá o cargo em janeiro, disse que os atuais comandantes serão substituídos pelos oficiais mais antigos de cada Força: “O momento é pacificação das Armas, cada uma voltar para o seu papel. A despartidarização das Forças Armadas é absolutamente necessária no país”.
Além dos novos integrantes que foram escolhidos a dedo, já houve escolha sobre o Secretário-Geral da defesa: Luiz Henrique Pochyly da Costa, atual secretário-geral de administração do Tribunal de Contas da União (TCU), contando também com o almirante Marcos Sampaio Olsen na Marinha e o brigadeiro Kanitz Damasceno na FAB.
Múcio também disse que, para ele, hoje existem seis Forças: “o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Bolsonaro e o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Lula”. A última, no entanto, seria composta por militares que estão nos cargos públicos e devem ser exonerados.
— Tem muitos militares em cargos da Esplanada. Eles não representam uma Arma, são de todas as Armas. Numa mudança de governo, você faz a substituição, vamos ver como as coisas vão acontecer — destacou.
Ainda em sua fala, cobrou de Bolsonaro uma declaração para desmobilizar apoiadores que estão nas ruas. “Você imagine um comandante de batalhão, com cem pessoas enrolados na bandeira em sua frente. Qual é o fim disso? Eu, por exemplo, respeito demais o presidente [Bolsonaro], mas ele poderia dizer: guardem as bandeiras, nós nos reencontraremos em 2026. [Esta seria] uma atitude democrática”, argumentou.
— Essas pessoas estão aguardando o quê? Eu respeito, tenho um monte de parente que está lá, enrolado em bandeira. Com que intuito? Estimular um golpe? Acho uma coisa extremamente perigosa para o país — completou.
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