Apesar de Lula expressar descontentamento pelas declarações ofensivas de Javier Milei, que o chamou de ‘presidiário’, ‘corrupto’ e ‘comunista’, a apreensão do ex-presidente pode ultrapassar os ataques proferidos pelo novo líder argentino.
Para além desses atritos, Lula parece temer as possíveis consequências caso participe da posse presidencial na Argentina. A decisão de não comparecer à cerimônia pode envolver preocupações mais profundas do que as manifestadas publicamente. Como noticiou anteriormente o Conexão Política, Lula omitiu o nome do novo líder argentino e anunciou que não realizará a tradicional ligação de felicitação entre líderes mundiais.
No cerne da polêmica sobre a posse, o receio de Lula pode residir na reação da opinião pública. Considerando a já sua desafiadora imagem internacional, sua presença em meio a possíveis represálias num ambiente politicamente hostil poderia agravar ainda mais essa percepção negativa.
Lula, possivelmente, está apreensivo não apenas com a perspectiva de se sentir isolado durante a cerimônia na Argentina, mas também com a possibilidade de enfrentar vaias e manifestações de boicote por parte do público presente.
Num esforço para restaurar sua imagem política global e aspirando ao Prêmio Nobel da Paz, Lula evita uma exposição que revele uma rejeição massiva à sua figura política. Internamente, sua popularidade já enfrenta altos índices de rejeição, e o presidente está ciente de que no exterior, especialmente na Argentina, onde ocorre uma mudança política à direita, essa aversão pode ser ainda mais pronunciada.