Um dia após o governo brasileiro indicar que não pretende retaliar os Estados Unidos pela decisão do presidente Donald Trump de taxar o aço brasileiro em 25%, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) permaneceram em silêncio sobre o tema. Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, não se pronunciou sobre a decisão americana, frustrando expectativas de que abordaria o assunto durante evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (12).
Na semana passada, Lula havia declarado que o Brasil poderia recorrer ao mecanismo de reciprocidade permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), impondo tarifas de até 35% sobre produtos importados dos EUA. No entanto, nesta terça-feira (11), o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou que o Brasil não pretende entrar em uma guerra comercial e continuará defendendo o livre comércio.
Alckmin reforçou a mesma posição no início da semana, destacando que o governo aguardará o desenrolar da taxação e apostará no diálogo para resolver a questão. No entanto, o silêncio durante a cerimônia da Nova Indústria Brasil, nesta quarta-feira (12), indica uma postura cautelosa frente à decisão de Trump.
A nova tarifa de 25% sobre importações de aço e alumínio entra em vigor em 12 de março. Em 2024, o Brasil exportou US$ 11,9 bilhões em ferro fundido, ferro e aço, sendo US$ 5,7 bilhões – quase metade do total – destinados ao mercado norte-americano.
Enquanto Lula e Alckmin evitam declarações sobre o tema, o evento desta quarta-feira marcou o anúncio das metas da Missão 6 da Nova Indústria Brasil, com investimentos de R$ 112,9 bilhões voltados para fortalecer tecnologias estratégicas de defesa, incluindo satélites, radares e foguetes.