O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai acionar os empresários para dar explicações sobre a alta nos preços dos alimentos, sobretudo para o aumento do óleo de soja e da carne.
Durante uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Lula questionou a disparada do preço do óleo de soja, que passou de R$ 4 para R$ 9, R$ 10, e também o aumento da carne, que havia diminuído 30% e voltou a subir. “Qual é a explicação?”, indagou o presidente, desviando a responsabilidade pelas altas dos alimentos das políticas econômicas de seu governo.
A alta dos preços dos itens básicos de consumo tem sido uma das principais causas da queda de popularidade do governo, com a inflação nos alimentos atingindo diretamente as camadas mais pobres da população. Os dados das pesquisas mais recentes indicam que a rejeição ao presidente superou, pela primeira vez, a sua aprovação.
Apesar disso, Lula minimizou as medidas econômicas de sua gestão, em particular as relacionadas a taxações. “Não tem sentido fazer um sacrifício enorme de realizar políticas públicas para que o dinheiro chegue na ponta e depois esse dinheiro ser comido pela inflação”, disse, explicando que o aumento nos preços da cesta básica é um problema grave, mas dando a entender que as políticas econômicas não são a causa.
Lula afirmou ainda que não tomará medidas drásticas, como “bravatas”, para combater a inflação dos alimentos. Em vez disso, sustentou que o governo buscará incentivar a produção e financiar a modernização da agricultura de pequenos e médios produtores. “Não faremos nada que possa significar surgimento do mercado paralelo”, afirmou o presidente.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou que o governo fará um trabalho de “constante acompanhamento” dos preços dos alimentos, emendando que serão periciadas as condições e perspectivas do mercado, com ações sendo desenhadas a partir desse monitoramento.