O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, nesta quinta-feira (30), após o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir aumentar a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Em coletiva no Palácio do Planalto, Lula afirmou que Galípolo “fez o que entendeu que deveria fazer” e reforçou que a decisão não foi uma surpresa para ele nem para o mercado financeiro.
O petista creditou a alta dos juros à gestão de Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, alegando que ele já havia “demarcado” o crescimento da taxa básica de juros antes de deixar o cargo.
“Tenho 100% de confiança no trabalho do presidente do BC e tenho certeza de que ele vai criar as condições para entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros menor, no tempo em que a política permitir que ele faça”, declarou Lula.
Expectativa de juros mais baixos
Lula enfatizou que dá total autonomia a Gabriel Galípolo, assim como concedeu a Henrique Meirelles durante seus mandatos anteriores. O presidente afirmou que espera que a Selic se alinhe com as necessidades do brasileiro, mas reforçou que o BC “não pode dar cavalo de pau em um mar revolto”, referindo-se à complexidade da política monetária.
“Nós, como governo, temos de cumprir a nossa parte. A sociedade cumpre a parte dela. E o companheiro Galípolo cumpre a função que ele tem de coordenar a política monetária brasileira”, concluiu Lula.
A alta da Selic já era esperada pelo mercado diante das pressões inflacionárias e do cenário econômico global, mas gera preocupação entre setores produtivos e consumidores, que enfrentam juros mais altos no crédito e no consumo.