O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, teceu críticas contra Damares Alves (Republicanos), senadora eleita pelo Distrito Federal, e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
As duas decidiram conversar com líderes comunitárias venezuelanas da comunidade visitada por Jair Bolsonaro (PL) e citadas em vídeo em que o chefe do Executivo federal usa a expressão ‘pintou um clima’. As falas no entanto foram distorcidas e descontextualizadas para atingir a candidatura à reeleição do mandatário.
Barbosa, por sua vez, não gostou nem um pouco da atitude de Damares e Michelle, e resolveu subir o tom nas redes sociais.
— Dá pra ver que falta a essas duas senhoras o mínimo de pudor e de decência, não é mesmo? — indagou o ministro aposentado.
— Deveriam ter consciência do altíssimo grau de vulnerabilidade social dessas pessoas – em razão não só da idade, mas sobretudo da condição de imigrantes — reiterou o ex-magistrado.
A primeira-dama e a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos se encontraram com as mulheres em uma casa no Lago Sul, com suporte dado pela embaixadora Maria Teresa Belandria, representante no Brasil do líder venezuelano Juan Guaidó.
— Deveriam entender que o simples fato de abordá-las (com o tacape da Presidência da República e a condição de senadora eleita a sinalizarem alguma forma de poder particularmente temível por quem vive precariamente em outro país) pode ser-lhes assustador. Que gente! — repudiou Joaquim Barbosa no Twitter.
Declaração controvérsia
Apesar de mencionar a situação vulnerável da população venezuelana, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, STF, declarou recentemente voto em Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Lula, como se sabe, possui uma relação muito próxima com o ditador Nicolás Maduro, que comanda a Venezuela com ‘mãos de ferro’. A ditadura venezuelana teve início com Hugo Chávez, que também era muito próximo ao líder petista. Maduro, que é seu sucessor, segue na mesma linha desde que assumiu o poder.
Quando o atual ditador do povo venezuelano assumiu a posição de chefe da nação, em 2013, o Partido dos Trabalhadores publicou um nota em que saudava a vitória e dizia ter recebido a notícia com “muita alegria”.
— Recebemos com muita alegria o relatório do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, cuja correção foi confirmada pela missão observadora da Unasul, declarando que Nicolás Maduro venceu as eleições por 50,66% dos votos, contra 49,07% de seu opositor — dizia trecho da declaração.
Em consequência disso, a Venezuela passa por uma grave crise econômica e humanitária há anos, com mais de 90% da população abaixo da linha da pobreza.
Em um levantamento recente, a Encovi, Pesquisa Nacional de Condições de Vida (Encovi), realizada por uma equipe de acadêmicos da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB) e da Universidade Central da Venezuela (UCV), mostrou um panorama devastador em termos de pobreza, desigualdade, trabalho e migração, entre outros problemas sociais.
Há relatos, inclusive, de pessoas que estão sendo forçá-las a comer cachorros, gatos e, apesar da tentativa de sobrevivência, acabam morrendo de inanição. A Venezuela, que ainda na década de 1970 estava entre os 20 países mais ricos do mundo, não resistiu a pouco mais de uma década do ideais de esquerda, sob o lema do bolivarianismo. O lema vermelho, que é tão defendido por Lula e seu partido, jogou toda a população venezuelana no mais completo caos social.