O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta terça-feira (11) a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de prorrogar pela décima vez o inquérito das chamadas “milícias digitais”.
O inquérito foi instaurado em 2021 para investigar um suposto grupo dedicado a ataques contra a democracia e as instituições democráticas. Moraes acatou um pedido da Polícia Federal, que argumentou a necessidade de mais 180 dias para concluir as diligências pendentes.
Bolsonaro reagiu à prorrogação, classificando-a como “narrativas maldosas que destroem vidas e manipulam informações”. Ele também acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de manter uma articulação digital para a esquerda, a qual chamou de “gabinete da ousadia”.
“Após décima prorrogação do tal inquérito das milícias digitais, sem que nada seja feito contra a esquerda, mesmo com fatos revelados por eles mesmos diariamente, surge mais uma oportunidade para expor dados e não narrativas maldosas que destroem vidas e manipulam informações”, escreveu o ex-presidente nas redes sociais.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também destacou que é importante focar nos fatos expostos pela própria imprensa e pelos membros da organização. Ele afirmou: “Estamos certos de estar colaborando com a Democracia e ansiosos pela investigação da milícia digital do PT, revelada por eles mesmos todos os dias”.
A investigação das “milícias digitais” começou em julho de 2021, derivada do inquérito dos atos antidemocráticos, e tem sido prorrogada repetidamente. O STF explica que a apuração teve início com indícios da existência de uma organização criminosa com atuação digital, que se articulava em diversos núcleos — político, de produção, de publicação e de financiamento — com o objetivo de atacar a democracia e o Estado de Direito.
Em maio de 2022, o ministro Alexandre de Moraes decidiu incluir as investigações contra Bolsonaro por ataques às urnas eletrônicas no mesmo inquérito das milícias digitais.
O inquérito das “milícias digitais”, que já vinha investigando o ex-presidente Jair Bolsonaro por ataques às urnas eletrônicas, posteriormente incorporou outras investigações. Entre elas, estão a suposta venda de joias recebidas de presente no exterior e a falsificação do cartão de vacina da Covid-19. Este mesmo inquérito foi a base para a Operação Tempus Veritatis, em fevereiro, que mirou Bolsonaro, ex-ministros, aliados e militares, suspeitos de uma tentativa de golpe de Estado relacionada aos atos de 8 de janeiro de 2023.
Durante a Operação Tempus Veritatis, Bolsonaro foi alvo de um mandado de busca e apreensão que resultou na retenção de seu passaporte.
Além disso, o relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os eventos de 8 de janeiro também foi anexado ao inquérito das milícias digitais, a pedido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA).