O hacker Walter Delgatti Neto afirmou nesta quinta-feira, 17, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o ofereceu um indulto para que ele violasse medidas cautelares da Justiça e invadisse o sistema das urnas eletrônicas. O objetivo seria, conforme o relato, expor supostas vulnerabilidades.
Segundo Delgatti, a conversa com Bolsonaro aconteceu no Palácio da Alvorada e contou com a participação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do coronel Marcelo Câmara.
O hacker não apresentou provas de suas acusações contra o ex-presidente Bolsonaro, mas ainda assim deu detalhes sobre o suposto episódio e listou supostas testemunhas. Alem disso, colocou-se à disposição das autoridades para realizar acareações e comprovar as falas proferidas nesta quinta.
Neto disse que, em uma ligação com Bolsonaro, intermediada por Zambelli em setembro do ano passado, o então presidente teria dito que havia um grampo contra o ministro Alexandre de Moraes e que ele precisaria assumir a culpa.
Bolsonaro, destacou o depoente, prometeu conceder-lhe indulto por condenações no caso da Vaza-Jato e o tranquilizou: “Se algum juiz te prender, eu mando prender o juiz”, teria dito o hoje ex-mandatário.
“Esse grampo seria suficiente para alguma ação contra o ministro e para que as eleições fossem feitas com a urna que imprimisse o voto”, externou Delgatti à CPMI.
“Concordei (em assumir a autoria do grampo), porque era uma proposta de um presidente da República. Ficaria até difícil falar ‘não’”, completou.
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