A deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), declarou apoio à greve dos empregados da Eletrobras, afirmando que a empresa deve voltar a “ser do povo”. Segundo sindicalistas, a greve iniciada na segunda-feira (10) conta com a adesão de 80% dos trabalhadores.
Em sua mensagem de apoio, Gleisi culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas ameaças de cortes de salários e demissões em massa ocorridas durante o primeiro semestre de 2024, no segundo ano do governo Lula.
“Declaro todo meu apoio à greve dos trabalhadores da Eletrobras, empresa brasileira que foi privatizada por Bolsonaro e que hoje deixa seus colaboradores à mercê de cortes de salários, demissões em massa e negociações sem envolver os sindicatos. Enquanto isso, os acionistas dividem entre si milhões em dividendos. A privatização das estatais é um atraso para o país e estamos juntos nessa luta dos trabalhadores e trabalhadoras. Contem comigo,” afirmou a presidente do PT em publicação nas redes sociais, nesta quarta-feira (12).
Gleisi criticou a ausência de sindicatos nas negociações entre a Eletrobras e os empregados após a privatização, e também atacou os acionistas.
“Para diretores e acionistas, a realidade é bem diferente. A Eletrobras distribuiu mais de R$ 1 bilhão em dividendos aos acionistas e paga até R$ 630 mil em salários para seus diretores […] A privatização de nossas estatais é um atraso para o nosso país”, afirmou.
Diversas sedes da Eletrobras entraram em greve na segunda-feira (10), protestando contra a proposta de readequação salarial da empresa.
Nesta quinta-feira (13), será realizada uma audiência de conciliação entre a empresa e os trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.
O plano da empresa inicialmente previa uma redução salarial de 12,5% para quem ganhava abaixo de R$ 16 mil. Após críticas, o corte foi reduzido para 10%. Na última versão, o item foi retirado do plano e foi criada a possibilidade de negociação individual para corte de salário de empregados que ganhem mais de R$ 16 mil.
Segundo a Eletrobras, os empregados que aceitarem a redução salarial serão compensados com uma indenização de 12 meses da diferença do valor ajustado de sua remuneração, terão garantia de emprego ou salário por 24 meses e, no caso de gerentes que já negociaram a remuneração, a garantia dos 24 meses será contada a partir da data da revisão.
A Eletrobras também pretende congelar parte dos salários até 2026. De acordo com a empresa, a folha de pagamento herdada do setor público está inchada, e salários e benefícios não são compatíveis com o setor privado.