O senador Eduardo Girão (Novo-CE) expressou críticas à condução dos trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, destacando a disparidade de tempo entre a tramitação da indicação do advogado Cristiano Zanin em comparação com a de André Mendonça, ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça.
Segundo Girão, houve um tratamento diferenciado para cada indicado. Enquanto a sabatina de Mendonça foi agendada pelo presidente da CCJ, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após 141 dias da indicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a de Zanin, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva ( PT), será realizada cerca de 20 dias após a oficialização.
“Existe hoje uma pergunta comum, que eu também me faço, sobre os critérios adotados para essa indicação, que foi na velocidade da luz”, afirmou Girão nesta quinta (15), durante sessão da CCJ.
“Não foi o mesmo critério adotado com a sabatina do André Mendonça, que todos nós aqui esperamos, cobramos. Foram quase cinco meses desde a indicação do ex-presidente da República até que a CCJ, acho que um mês depois, recebeu a mensagem e marcou dali a quase cinco meses a sabatina”, acrescentou.
Em resposta, Alcolumbre disse que o tempo para marcar a sabatina é uma “decisão discricionária da presidência [da CCJ]” e que o agendamento rápido de Zanin foi marcado depois das críticas recebidas com o caso de Mendonça.
“Girão, agora eu estou preocupado…”, ironizou Alcolumbre. “Quando demorou, deu problema. Agora que é para ser rápido… Vamos fazer o seguinte, na próxima, a gente faz uma média de três meses”, completou ele, dando risada em seguida.