A mineradora Ma’aden, da Arábia Saudita, negou que investirá R$ 8 bilhões no Brasil, como havia anunciado o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante o Future Minerals Forum, realizado na semana passada em Riad, capital saudita. A declaração do ministro se espalhou rapidamente, mas foi desmentida por uma fonte da própria companhia, segundo informações da Folha de S.Paulo.
Na ocasião, ao ser questionado por jornalistas sobre avanços concretos do evento, Silveira afirmou ter uma “excelente notícia”. Segundo ele, a Ma’aden abriria um escritório em São Paulo, o que abriria caminho para “perspectivas de investimentos de R$ 8 bilhões no mapeamento geológico do Brasil”. Ele também externou a relevância desse mapeamento para fomentar parcerias no setor mineral e para o aproveitamento sustentável dos recursos do subsolo brasileiro.
No entanto, uma fonte da Ma’aden informou à Folha de S. Paulo que a abertura do escritório em São Paulo terá apenas o objetivo de negociar a venda de fosfato, mineral usado na produção de fertilizantes. Questionada sobre os supostos investimentos anunciados pelo ministro, a fonte respondeu: “Não há nada vindo da gente”.
Após a negativa, o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou uma nota nesta terça-feira (21), explicando que o ministro mencionou a intenção de investimentos sauditas em geral, e não especificamente da Ma’aden. A pasta não detalhou como os recursos seriam alocados nem deu prazos para possíveis investimentos.
Apesar disso, o site oficial do MME havia publicado anteriormente que “o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou o investimento de R$ 8 bilhões pela mineradora saudita Ma’aden em mapeamento geológico, pesquisa e aproveitamento mineral no Brasil”. O texto foi alterado após a reportagem da Folha, removendo a menção ao valor e às iniciativas atribuídas à empresa saudita.
A embaixada da Arábia Saudita no Brasil e o Ministério de Indústria e Recursos Minerais saudita foram procurados para comentar o caso, mas não responderam até o momento.