O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que tomará posse na semana que vem como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que a Justiça eleitoral do país já pode estar sob ataque de hackers.
Em determinado momento da fala, ele citou a Rússia, inclusive, dizendo que o país “não têm legislação adequada de controle”.
Na avaliação de Fachin, as instituições democráticas brasileiras terá uma espécie de ‘teste’ sobre o teor das eleições deste ano.
De acordo com o portal UOL, o magistrado disse “não acreditar que o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem colocado a confiabilidade do voto por urnas eletrônicas, não reconhecerá os resultados”.
Ao Estadão, falando sobre o assunto, Edson Fachin disse:
“Eu não creio que irá acontecer. Tenho esperança de que não aconteça e vou trabalhar para que não aconteça. Mas, numa circunstância como essa, nós teremos, certamente, o maior teste das instituições democráticas do Brasil. Um grande teste para o Parlamento, que, na democracia representativa, representa a sociedade. Um grande teste para as Forças Armadas, que são forças permanentes, institucionais, do Estado, e que estou seguro que permanecerão fiéis à sua missão constitucional e não se atrelarão a interesses conjunturais. Também será um teste para a Justiça Eleitoral, que é uma instituição permanente do Estado. A nós caberá organizar, realizar as eleições, declarar os eleitos, diplomar e, em seguida, haverá posse para que cada um governe. É para efetivamente isso que vamos trabalhar”, pontuou.
Questionado se foram detectadas ameaças hackers na prática ou se elas ainda estão no campo de riscos, ele disse que há alguns já detectados.
“Em relação aos hackers que advêm da Rússia, os dados que nós temos dizem respeito a um conjunto de informações que estão disponíveis em vários relatórios internacionais e muitos deles publicados na imprensa. Há relatórios públicos e relatórios de empresas privadas, que a Microsoft fez publicar perto do fim do ano passado, que (mostram que) 58% dos ciberataques têm origem na Rússia”, explicou.