As declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a meta fiscal do governo em 2024 não foram bem recebidas pela equipe econômica. Em um café da manhã com jornalistas, Lula afirmou que “dificilmente chegaremos à meta zero”, indo contra a defesa anterior do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que dizia estar disposto a estabelecer uma meta de déficit zero para o próximo ano.
A declaração do líder petista pegou a equipe econômica, incluindo Haddad, de surpresa, especialmente em um momento em que o governo tenta negociar com o Congresso. Entre as negociações em andamento estão propostas como a taxação dos “super-ricos” e a tributação de benefícios fiscais ao ICMS.
Agora, a preocupação é que as declarações de Lula possam desencorajar os parlamentares a votar em medidas que aumentem a arrecadação. Lula justificou sua posição dizendo que a meta fiscal zero dificilmente será alcançada, já que ele não deseja realizar cortes em gastos, como obras, incluindo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Enquanto isso, mudanças na meta fiscal do próximo ano não são amplamente discutidas e encontram resistência na equipe da Fazenda. Parlamentares já teriam procurado membros do governo para entender o posicionamento da pasta e reconheceram que a decisão final caberá a Lula.