O Brasil chega ao meio do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva com sentimentos mistos. Para alguns, o alívio de evitar um colapso institucional. Para outros, a frustração com um governo que prometeu união e prosperidade, mas entregou dois anos de turbulências políticas e econômicas. Agora, com metade do mandato concluída, o país encara a difícil tarefa de navegar os próximos dois anos em meio a desafios que parecem longe de uma solução definitiva.
Na economia, a promessa de crescimento sustentável deu lugar a um cenário de estagnação. O dólar acima de R$ 6, juros elevados e uma inflação que corrói o poder de compra refletem o desalinhamento entre o discurso político e a realidade fiscal. A esperada “nova âncora fiscal” não trouxe a confiança desejada, e a dívida pública segue aumentando, limitando a capacidade do governo de investir em áreas prioritárias.
Politicamente, a coalizão montada por Lula parece frágil e frequentemente refém das demandas do centrão. Decisões importantes no Congresso seguem travadas, enquanto a polarização continua a dominar o debate público.
O desgaste com aliados e a insatisfação popular põem dúvidas sobre a capacidade do governo de entregar resultados concretos até o fim do mandato. Ao mesmo tempo, setores que apoiaram Lula em 2022 começam a mostrar sinais de insatisfação. Promessas de melhorias na saúde, educação e segurança ainda não se concretizaram.