O plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar o senador Sérgio Moro (União-PR) estava sob grampo de celulares indicados por um ex-membro da facção. Ele foi o responsável por delatar toda a ação criminosa do grupo.
Com a quebra de sigilo dos aparelhos, a Polícia Federal (PF) exigiu às operadoras todas as informações de cadastro das linhas telefônicas.
De acordo com uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, os dados incluem código do chip, o chamado IMEI, e endereços de email. Um deles é o lulalivre1063@icould.com.
Conforme o jornal, a PF acredita, por ora, que as contas de e-mail vinculadas aos aparelhos sejam de terceiros, como forma de estratégia para não deixar rastros que levassem até os criminosos.
— A equipe policial ponderou que em diversas investigações realizadas, foi verificada a cessão, empréstimo ou fornecimento de dados pessoais a terceiros por pessoas que possuem envolvimento fatos criminosos. Tais dados por sua vez, são utilizados para abertura de contas, cadastro de linhas telefônicas, registro de veículos, entre outros — pontuou a juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, na decisão que autorizou a prisão dos suspeitos.
A Polícia Federal também encontrou filmagens do prédio onde o ex-juiz da Operação Lava Jato morava em Curitiba. Os criminosos, inclusive, conseguiram dados sobre a rotina dos filhos do ex-juiz, com direito a um relatório detalhado de reconhecimento do local de votação eleitoral de Sergio Moro. Os investigadores apontam a possibilidade de o PCC ter cogitado agir no segundo turno da eleição.
Ao todo, até o momento, nove pessoas foram presas na Operação Sequaz, por suspeita de participação no plano de atentado.