Com 96,30% das urnas apuradas no referendo constituinte realizado neste domingo, 17, no Chile, as projeções apontam que a Constituição herdada do regime Augusto Pinochet (1973-1990) deverá permanecer em vigor. O resultado indica que 55,76% dos chilenos votaram contra a aprovação de uma nova Carta Magna, enquanto 44,24% votaram a favor do novo texto.
Uma projeção da Radio Bío Bío sugere que o “não” à nova Constituição deverá prevalecer com 55,5% dos votos. O texto submetido à votação buscava reduzir o papel do Estado, limitar alguns direitos, como o aborto em casos de risco para a saúde da mãe e do feto, e intensificar as medidas contra migrantes, permitindo a expulsão “no menor tempo possível” daqueles em situação irregular.
Na primeira tentativa de um referendo, a esquerda e a extrema esquerda foram derrotadas. Agora, com o resultado deste domingo, a direita também saiu derrotada. A sugestão da nova Carta Magna foi escrita por uma comissão majoritariamente conservadora.
Para os próximos dois anos, o tema do aborto e a questão dos imigrantes estrangeiros são centrais na agenda da direita chilena, que já mira as eleições regionais de 2024 e as presidenciais de 2025.