Manuela d’Ávila prestou depoimento à Justiça nesta quarta-feira (8), no âmbito da Operação Spoofing, que mirou a ação de hackers para a invasão e roubo de mensagens de celulares de procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.
A ex-deputada disse não saber o motivo pelo qual foi procurada por Walter Delgatti, que inicialmente estava interessado em repassar a ela o material.
“Não tenho absoluta ideia. Por escrito ele respondeu que eu devia lutar como uma garota. Talvez o senhor vincule isso a frase que eu usava na minha camiseta durante o processo eleitoral. E que tentou procurar as outras pessoas e eu fui aquela que respondeu. Talvez por ser a pessoa que estava esperando a família chegar em casa no Dia das Mães e estava com o celular em mãos”, disse.
D’Ávila destacou que recebeu primeiro uma mensagem do celular de Cid Gomes, contato que foi invadido por Walter Delgatti para falar com ela. A partir disso, ele passou a estabelecer contato por meio de outro número. O hacker dizia ter a intenção de “ajudar o país e livrar o país da corrupção”.
No relato, assegurou que fez a indicação do nome de Glenn Greenwald quando Delgatti disse ter informações sobre membros da Lava Jato.
“Sugeri que não passasse as informações para mim, mas para jornalista mais gabaritado.”
Ainda segundo Manuela, ela nunca teve nenhum contato com Delgatti, assim como também não teve contato com o grupo.