Ao longo desta desta quarta-feira (8), um dia após os atos de 7 de setembro, centenas de caminhoneiros passaram a ocupar a Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Fazem parte dos protestos, com bloqueios de vias, caminhoneiros que se dizem apoiadores do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Eles usam camisas verde-amarelas e reforçam apoio a pautas defendidas ao longo dos atos de ontem, entre elas o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa causa, inclusive, foi ecoada em diversas cidades do país, incluindo manifestações ocorridas em Brasília.
De acordo com os adeptos que estão aderindo aos protestos, os ministros do STF são o foco das reivindicações. Eles destacam, inclusive, nomes de colegas que foram alvos de decisões recentes do Supremo: o cantor Sérgio Reis e o caminhoneiro Zé Trovão.
O grupo também repudia medidas de busca, apreensão e prisão contra ativistas, jornalistas, produtores de conteúdo, líderes partidários e políticos no âmbito do inquérito que investiga supostos atos antidemocráticos, aberto pelo ministro Alexandre de Moraes.
Em julho deste ano, Moraes instaurou o inquérito mencionando que a ação visa analisar “a presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhante àqueles identificados no Inquérito 4.781, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.
Sob tensão
Os principais veículos de comunicação do país têm acusado a categoria de legitimar e disseminar bandeiras ‘extremistas’ e ‘golpistas’. No entanto, por meio de declarações que circulam na internet, o grupo tem dito que não apoia pautas antidemocráticas nem tampouco ataques ao Supremo e/ou quaisquer instituições da República.
Em vídeos que circulam nas plataformas digitais, a classe tem dito que o movimento deve ser persistente. Segundo eles, as decisões dos magistrados da Suprema Corte têm afetado não apenas a vida e bem-estar dos caminhoneiros, mas de toda a sociedade brasileira. Os participantes também se posicionam contra decisões de outros ministros do Supremo Tribunal Federal.
Até o fechamento desta matéria, já havia registros de mais bloqueios em diversas rodovias do país.