O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) desistiu de apoiar oficialmente o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa ao Palácio do Planalto contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O Conexão Política adiantou que o emedebista anunciaria seu endosso à reeleição do chefe do Executivo, o que de fato estava previsto para acontecer nos próximos dias. No entanto, após a notícia ser amplamente divulgada pela imprensa, Temer passou a sofrer pressões.
As investidas contra o posicionamento do ex-presidente vieram de aliados do MDB e até mesmo da própria família. Em nota oficial, ele disse que aplaudirá a candidatura que “defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, manter as reformas já realizadas no meu governo e propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país”.
Apesar de parecer neutro, o texto ainda representa uma sinalização a Jair Bolsonaro, sobretudo quando ele defende a manutenção “das reformas já realizadas no meu governo”. Como é notório, o PT defende a revogação do teto de gastos e a suspensão de trechos da reforma trabalhista.
Temer e Bolsonaro teriam um encontro no próximo sábado (8), mas as filhas do ex-mandatário ficaram insatisfeitas com a reunião o que pai teria em Brasília (DF). Luciana Temer, por exemplo, é de esquerda e já comandou a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo (SP) durante a gestão de Fernando Haddad (PT).
Ao longo da corrida eleitoral de 2022, Michel Temer até ensaiou uma reaproximação com o PT, mas ficou muito magoado quando Lula o chamou de “golpista” no debate realizado na TV Globo, o que minou todas as chances de reconciliação entre os dois.