Apesar de ainda não ter enquadrado completamente sua estratégia para as eleições municipais do próximo ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se envolver ativamente, pelo menos, em duas campanhas: a de São Paulo e a de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Segundo lideranças petistas, a expectativa é que o líder máximo do PT participe em pontos onde o embate com o bolsonarismo seja mais evidente.
Este é um dos fatores que motivará o engajamento de Lula na campanha do pré-candidato do PSOL em São Paulo, o deputado Guilherme Boulos, que contará com o apoio do PT. Uma das principais estratégias de Boulos é associar o atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), a Jair Bolsonaro (PL). Nunes busca uma aliança com o ex-presidente, e ambos já se reuniram. Adicionalmente, existe a possibilidade de o ex-ministro Ricardo Salles ser o candidato de Bolsonaro.
Dentro da campanha de Boulos, a intenção é explorar ao máximo a conexão com Lula, em contraste com o que ocorreu nas eleições de 2020. Naquela ocasião, o líder do MTST não se vinculou diretamente ao petista, mesmo no segundo turno, quando o PT formalmente o apoiou.
A proposta agora é mudar a rota, de, no mínimo, repetir o desempenho de 2022, quando no segundo turno da eleição presidencial, Lula venceu Bolsonaro na capital paulista por 53,54% a 46,46% dos votos válidos. O lulopetismo acredita que uma vitória de um candidato associado ao governo federal na maior cidade do país teria impacto significativo na disputa política travada com o grupo do direitista.