A crescente direita no Brasil parece estar perdendo conexão com as bandeiras iniciais que ganharam destaque após as manifestações de 2013 e se consolidaram em 2015, com o crescimento dos movimentos de rua pelo país. Embora esse espectro político esteja atraindo cada vez mais seguidores, representando uma força eleitoral significativa, seus principais representantes aparentam estar acuados diante da crescente escalada autoritária do Judiciário, além de demonstrarem receio em enfrentar seus opositores políticos.
Reflexos desse cenário são os políticos Jair Bolsonaro, do PL, e Tarcisio de Freitas, do Republicanos. Ambos desfrutam de um expressivo apoio popular, obtendo apoios expressivos nas últimas eleições e mantendo uma forte presença nas redes sociais e capital político. No entanto, suas atuações estão restritas às áreas econômicas, seguindo uma linha mais liberal, sem conquistar espaço nas pautas de costumes e sem confrontar diretamente outros líderes políticos e suas ideologias.
Recentemente, Tarcisio surpreendeu ao aprovar uma verba destinada à comunidade LGBT, incluindo apoio financeiro para a realização da Parada Gay. Por sua vez, Bolsonaro tem adotado uma postura de oposição moderada, evitando confrontos diretos com o governo de Lula.
Nesta quinta-feira (18), Bolsonaro afirmou que a eleição de 2022 é ‘página virada’ e rejeitou ‘oposição radical’ ao lulopetismo.
Em contraste a tudo isso, Lula, o PT e toda a esquerda não têm receio de expressar posições extremistas, levantando suas bandeiras e representando claramente suas convicções políticas. Essa postura assertiva não encontra paralelo na direita, seja por temores de perseguição por parte, seja pela falta de disposição e coragem das lideranças.
Diante desse panorama, surge a indagação sobre a verdadeira representação da direita em ascensão no país. Será que o eleitorado está satisfeito com essas escolhas? A direita brasileira, embora esteja ganhando força eleitoral, parece estar se distanciando das bandeiras e do protagonismo político que a caracterizaram no passado.