No Brasil, nos últimos anos, muito tem sido falado sobre a democracia. No entanto, há uma percepção de que apenas o espectro de esquerda tem tido ‘carta branca’ para ditar as regras do jogo, apesar dos discursos e eventos protagonizados por políticos e partidos de diferentes ideologias.
Um dos casos mais recentes envolve o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que desde que assumiu o Palácio do Planalto tem repetido questões graves que envolvem diretamente o sistema democrático no país.
Caso 1
Um dos pontos destacados pelo líder petista é que a ex-presidente Dilma Rousseff teria sofrido um golpe de Estado e, consequentemente, foi alvo de impeachment. Lula, na verdade, mente. É importante ressaltar que o segundo mandato de Dilma foi encerrado em 31 de agosto de 2016, após um processo legítimo protagonizado pelo Congresso Nacional, supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal.
O processo de destituição de Dilma recebeu amplo apoio no Congresso, com 367 votos a favor e 137 contra na Câmara dos Deputados, além de 61 votos favoráveis e 20 contrários no Senado Federal. A sessão de impeachment no Senado foi conduzida pelo ministro Ricardo Lewandowski, indicado para a Corte pelo próprio Lula. A cassação do mandato de Dilma ocorreu devido a infrações à Lei de Responsabilidade Fiscal, que visa o planejamento, a transparência, o controle e a responsabilidade.
Caso 2
Outro ponto que exemplifica como a esquerda se mantém protegida de seus oponentes é o constante apoio de Lula a ditadores. O presidente não apenas demonstra simpatia por líderes autoritários, como também os recebe em solo brasileiro e lhes concede honrarias. Um exemplo recente disso envolve o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela.
Além dessas investidas contra a democracia, a postura de Lula vai além ao afirmar publicamente que o caos vivenciado na Venezuela é apenas uma narrativa criada para prejudicar o país. Essa mentira chocou o mundo e provocou reações de diversos países, incluindo nações vizinhas como Chile, Paraguai e Uruguai, cujos presidentes condenaram a posição extremista e negacionista de Lula.
Impunidade
Esses dois casos não são isolados e mostram como a esquerda no Brasil consegue dominar a narrativa, ter liberdade para atuar politicamente e trazer ditadores para o país sem ser responsabilizada por isso. Com essa carta branca, a esquerda dita as regras do jogo, buscando deslegitimar seus oponentes, criminalizá-los e excluí-los do debate público. Essa abordagem tem sido ainda mais evidente durante a gestão do lulopetismo.
Editorial do Estadão
Recentemente, o jornal O Estado de S. Paulo mencionou em um editorial a existência de uma ‘direita civilizada’ que ganhou evidência após a votação confortável da PEC 45, revelando uma direita liberal e propositiva que, segundo o veículo, é o que o Brasil precisa. No entanto, o jornal não destaca devidamente os problemas associados ao suposto ‘êxito’ da aprovação da reforma tributária. Na verdade, aqueles que se alinharam ao governo Lula para aprovar essa reforma não representam uma verdadeira direita.
Durante a gestão de Bolsonaro, o Partido dos Trabalhadores, juntamente com outras siglas de esquerda, votaram contra o parcelamento dos precatórios, quase inviabilizando o aumento do valor do Bolsa Família para R$ 600. O bloco esquerdista também votou contra a isenção de impostos sobre gasolina, diesel, etanol e gás de cozinha no Senado.
Afirmar que o governo Lula tem boas intenções na aprovação da reforma tributária ou alegar que essa reforma beneficia o Brasil é corroborar com narrativas e não com fatos. É transformar números exatos em relativismo barato.
Ao defender que essa é a direita que o Brasil precisa, na prática, está-se deslegitimando os milhões de votos da população brasileira em candidatos conservadores que se apresentaram como oponentes do progressismo. Além disso, está-se tentando apagar a representatividade da bancada conservadora eleita historicamente para representar o legislativo.
Apesar daqueles que insistem em dizer que o Brasil segue sendo uma democracia vibrante, a verdade é que há um crescente silenciamento dos representantes democraticamente eleitos para representar o povo. Sob pretexto de questões infinitas, incluindo supostas questões de civilidade, o cenário é de uma ‘direita permitida’ atuante no poder, que só deve atuar se tiver o aval daqueles que dominam as regras do jogo. Isso é a materialização do ditado “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.