Voos com brasileiros deportados dos Estados Unidos, transportados sob o uso de algemas, já ocorreram em diferentes momentos nos últimos anos, incluindo na gestão do presidente democrata Joe Biden (2021-2025). Desde o primeiro governo do republicano Donald Trump (2017-2021), a diplomacia brasileira tem buscado um acordo para evitar o uso de algemas em casos envolvendo famílias, mas nunca houve avanço formal.
A prática de algemar deportados é um protocolo habitual das autoridades norte-americanas, com as restrições sendo retiradas apenas após o pouso no Brasil. Entre os casos registrados, pode-se citar um voo de janeiro de 2022, quando passageiros relataram o uso de algemas na presença de crianças.
O governo Lula alega que, apesar de uma série de questionamentos levantados pelas autoridades brasileiras, não houve mudanças efetivas até aqui, e relatos de deportados separados de suas famílias e transportados algemados persistem desde o final da gestão Trump, em 2020.
Neste sábado, o tema voltou ser alvo de barulho do governo lulopetista, de grupos de esquerda e de parte da imprensa brasileira, com a chegada de um voo de deportação em Manaus, onde brasileiros viajavam algemados. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ordenou a imediata remoção das restrições pelos representantes norte-americanos. Segundo o Ministério da Justiça, o calor dentro da aeronave resultou na autorização do desembarque dos deportados ainda em solo amazonense.
Em nota, a Polícia Federal (PF) informou que proibiu a re-detenção dos brasileiros pelas autoridades americanas. Além disso, o governo enviou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar os deportados ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), seu destino final. O ministro Lewandowski sustentou ao presidente Lula o “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais” e externou a necessidade de resposta firme e imediata ao governo norte-americano.