Geddel Vieira Lima, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo durante a gestão de Michel Temer, está iniciando sua volta à política.
Em 2016, a Polícia Federal (PF) encontrou R$ 51 milhões escondidos em um apartamento alugado pelo ex-ministro. Como resultado, Geddel foi condenado e preso, permanecendo atrás das grades por três anos.
Após sua libertação em 2020, o ex-ministro apoiou discretamente o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) na disputa pelo governo da Bahia e esteve presente no palanque do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Em troca, Geddel obteve o direito de indicar o secretário de Administração Penitenciária do Estado. Mas sua influência não para por aí. O PT deixou claro que pretende apoiá-lo nas eleições municipais de 2024.
Mesmo fora dos holofotes oficialmente, Geddel continua sendo uma das figuras influentes do MDB na Bahia. Um sinal de sua relevância política é que o ex-ministro trabalha nos bastidores para construir uma aliança em torno do candidato do seu partido à prefeitura de Salvador.
Desde que deixou a prisão, ele estabeleceu uma empresa de consultoria política, participa de reuniões com empresários e concede entrevistas na Bahia, de acordo com a revista Veja.
Geddel também opina sobre o governo de Lula. Segundo ele, a dificuldade enfrentada pelo PT no Congresso tem dois responsáveis: o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, a quem se refere como “cintura dura”, e o próprio presidente da República, apelidado de “bagrão”.
Embora não simpatize com Jair Bolsonaro, Geddel considera que retirar a elegibilidade do ex-presidente seria um “erro brutal” por parte do Tribunal Superior Eleitoral. Ele critica a inelegibilidade, afirmando que “não é uma pena, pois priva o eleitor do direito de julgar”. Vale destacar que ele próprio está inelegível até 2025.
Durante sua prisão, o ex-ministro se envolveu em várias polêmicas. Há diversos registros de confusões em seu prontuário, já que passou mais de mil dias na Penitenciária da Papuda. Geddel desacatou policiais, entrou em greve de fome e acumulou medicamentos tranquilizantes, entre outras coisas.
Sete anos após sua prisão, Geddel admitiu que os R$ 51 milhões apreendidos pela PF seriam utilizados em sua campanha para o governo da Bahia em 2018.
“Reconheço que o meu grave equívoco foi ter colocado o desejo de chegar a governador da Bahia acima dessa visão”, disse o ex-ministro. “Qual era a outra alternativa? Ia ter de chamar 500 pessoas aqui para se explicar. Não queria isso, não quero isso e vou morrer sem querer. Deixe-me continuar carregando aquilo que meu destino, a circunstância, a inabilidade colocaram sobre meus ombros.”