O ex-procurador da República Deltan Dallagnol fez a sua estreia no segmento político nesta sexta-feira (10). No fim da manhã, assinou a ficha de filiação ao Podemos, ao lado do ex-ministro Sergio Moro, também integrante da legenda, e de outras autoridades.
A previsão do ex-coordenador da Lava-Jato é disputar uma cadeira de deputado federal em 2022 pelo Paraná.
Em seu discurso, Dallagnol teceu críticas ao Judiciário, especialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima da Justiça brasileira.
Segundo ele, as recentes decisões da Corte beneficiaram réus de processos originados na força-tarefa conduzida em Curitiba (PR).
A crítica mais forte foi à derrubada da prisão após condenação em segunda instância e também à remessa para a Justiça Eleitoral de processos sobre caixa dois.
“Nós vimos o fim da prisão em segunda instância, decisão do STF que institucionalizou a impunidade dos corruptos no Brasil. Nós vimos essa decisão desestimular as colaborações premiadas e a devolução do dinheiro que tinha sido desviado de todos nós”, declarou.
“É como se o juiz do jogo no final decidisse mudar as regras e anular os gols e mudar o resultado porque é isso o que eles tão fazendo”, acrescentou.
Deltan ainda deu alfinetadas em quem, caso ele seja eleito parlamentar, poderá ser seu colega de profissão em Brasília.
“Quando o pacote anticrime foi enviado ao Congresso, novamente nós vimos o Congresso esvaziar as propostas e vimos ele aprovar em seu lugar regras que amarram o combate à corrução”, disparou.
“Nos últimos anos o que a gente passou a ver em Brasília foi uma série de decisões dos três poderes que passaram a anular os avanços, as conquistas alcançadas, que não são minhas, não são de Sergio Moro, não são da Justiça, são da sociedade brasileira. Vimos essas decisões promoverem retrocessos, sempre com honrosa resistência de uma minoria”, finalizou.