O primeiro debate da atual campanha presidencial foi realizado na noite deste domingo (28). O encontro aconteceu em São Paulo (SP) e foi organizado em pool pelos veículos Folha e UOL e as TVs Bandeirantes e Cultura.
A estratégia adotada pelo candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, provocou a ira de aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
O fato de o pedetista equiparar Lula e Bolsonaro o fez ser acusado de servir de linha auxiliar para o atual presidente, uma vez que, no passado, foi aliado dos petistas.
“Ciro mostrou que é a quinta coluna do bolsonarismo. Mostrou desequilíbrio, prepotência, deselegância e prestou serviço de forma constrangedora ao Bolsonaro”, avaliou o advogado Marco Aurélio de Carvalho, aliado de Lula.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, aprovou o tom adotado pelo presidenciável de seu partido. “Ele encontrou o tom e foi objetivo, não perdeu um segundo nem ultrapassou o tempo, foi didático e apresentou projeto”, declarou. Também disse não concordar com a avaliação de que isso ajuda Bolsonaro.
O distanciamento entre Lula e Ciro começou por volta de 2018, quando o ex-governador do Ceará decidiu não subir em palanques para apoiar Fernando Haddad (PT) no segundo turno contra o atual chefe do Executivo federal.
Antes da cisão, ambos trabalharam juntos. Vale lembrar que Ciro Gomes foi ministro da Integração Nacional de 2003 a 2006. O irmão dele, Cid Gomes, foi ministro da Educação durante o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Nos bastidores, é dito que o PDT se mostra inclinado a apoiar Lula em um eventual segundo turno. Essa narrativa, por ora, não inclui Ciro, que já afirmou repetidas vezes que não fará campanha para nenhum dos dois que hoje lideram a disputa.