Ciro Gomes quebrou o silêncio em meio às tensões do segundo turno das eleições em Fortaleza. Após manter-se sem se pronunciar, enquanto o PDT se dividia entre o apoio a André Fernandes (PL), aliado de Jair Bolsonaro (PL), ou a neutralidade, Ciro finalmente se posicionou com críticas duras ao PT e minimizando a aliança do PDT com a direita.
Desde que uma ala do partido se voltou contra o lulopetismo no Ceará, militantes petistas passaram a atacar a cúpula pedetista. A Juventude Socialista do PDT, inclusive, emitiu uma nota de repúdio no domingo, 11, condenando o apoio de pedetistas a André Fernandes. A nota defendeu o legado de Leonel Brizola: “Trabalhista não vota em bolsonarista. O trabalhismo deixa Bolsonaro inelegível”, em alusão à ação que tirou Bolsonaro da disputa.
Ciro, ao comentar a nota, afirmou que não se pode tratar de forma simplista um tema tão complexo no Ceará. O ex-presidenciável lembrou que o PDT tem a vice-prefeitura de Salvador em aliança com o União Brasil, partido que apoiou Bolsonaro. Ele também citou que, em Aracaju, o PT se opõe ao prefeito Luiz Roberto, do PDT.
Em tom severo, Ciro disse que o maior perigo em Fortaleza seria “premiar o maior esquema de corrupção da história do Ceará”, referindo-se ao PT, e indicou que preferiria a vitória de André Fernandes a ver o partido petista no poder na capital cearense.
Por fim, Ciro exigiu mais respeito e ameaçou expor verdades sobre a burocracia interna do PDT, justificando que não se submeterá ao PT: “Mais respeito! Senão eu também vou dizer mais algumas coisas que a burocracia de nosso partido está precisando ouvir. Não sou nem serei puxadinho do PT”.