Persistente desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o descontentamento do Centrão ameaça a estabilidade do governo federal.
Num novo episódio de pressão contra o Planalto, a bancada do PP, liderada por Arthur Lira, na Câmara dos Deputados, ameaça impor obstáculos ao Palácio se não receber mais influência no governo.
Membros do partido expressam descontentamento com a demora na liberação de emendas e argumentam que as nomeações de André Fufuca no Ministério do Esporte e de Carlos Antônio Vieira na Caixa Econômica Federal não atendem plenamente às expectativas.
Deputados do PP consideram que a escolha de Fufuca para o Ministério do Esporte foi feita sem consultar a bancada, que preferiria uma pasta com maior impacto e orçamento. Além disso, lamentam que o ministério não terá influência política significativa nas eleições municipais de 2024.
Sobre a Caixa, alegam que a mudança na presidência foi um gesto para agradar o presidente da Câmara, Arthur Lira, e não atendeu aos anseios da maioria da sigla.
Com 51 deputados, o PP faz questão de elaborar a Lula que tem fornecido a maioria dos votos favoráveis, como na reforma tributária, com 40 votos, e na aprovação do novo arcabouço fiscal, com 39 votos.
No entanto, já avisam ao alto comando do Planalto que o partido não será uma base incondicional para Lula, como já aconteceu no passado. A partir de agora, o centrão vai avaliar pauta por pauta e, de maneira isolada, avaliar o cenário ideal para o bloco.