A partir desta quinta-feira (29), um dos documentários mais repercutidos dos últimos anos volta aos holofotes e promete dar o que falar. Trata-se de “O Teatro das Tesouras”, que ganhou vida em 2018, às vésperas das eleições gerais daquele ano, e ressurge agora, diante da popularização desencadeada ao longo de 2022.
Há quatro anos, a empresa de educação e entretenimento Brasil Paralelo se debruçava sobre um assunto que poucos ouviam falar. O teatro [palco político] emplacado pelas tesouras [figuras políticas] nada mais é do que uma ligação hegemônica e sorrateira entre a maioria das legendas partidárias — em que não existe oposição, mas uma série de malabarismos com o objetivo central de se perpetuar no poder.
À época, quando o material inédito foi ao ar, diversos nomes da política nacional buscavam garantir um mandato de quatro anos no Palácio do Planalto, mas com uma aparente oposição. Entre eles, Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSB), Henrique Meirelles (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Fernando Haddad (PT) e João Goulart Filho (PPL). Todos esses citados se apresentavam ao eleitorado como adversários.
No momento presente, no entanto, os seis estão juntos, de forma declarada e publicada, erguendo as mesmas ideias e interesses políticos, sob alegação de que é preciso virar a página do atual governo federal, comandado por Jair Bolsonaro, do PL, para que o Brasil possa “sobreviver”. Mas sobreviver ao quê? Sobreviver a quem?
De acordo com eles, é preciso resistir à permanência de Bolsonaro e do “bolsonarismo”, que estariam ferindo o Estado Democrático de Direito e, entre outras coisas, impedindo o devido funcionamento das instituições.
Sob tantas narrativas adotadas e ressignificadas a cada novo passo político, a Brasil Paralelo propõe-se a dar luz aos fatos e a apontar minuciosamente o trajeto percorrido pelos representantes do Poder.
O que está por trás da eleição de Jair Messias Bolsonaro? Por que quase todos os postulantes à Presidência decidiram emparedar um único candidato? Quais pautas estão na mira dessa delegação? O que pode acontecer de agora em diante? Essas e outras respostas devem compor o roteiro da obra.
— Os bastidores da falsa oposição política do Brasil foram expostos, e as eleições de 2018 começavam com o ‘teatro das tesouras’ descortinado. […] Desacostumados com o confronto político autêntico, candidatos e população se engajavam em campanhas de mentiras e de medo, em um clima de polarização nunca antes visto — diz um trecho do material que já está sendo divulgado nas redes sociais da BP.
O novo episódio de O Teatro das Tesouras tem direção de Asaph Hiroto, roteiro de Rodrigo Fracarolli e condução de Lucas Ferrugem.
Assista ao trailer do novo episódio do documentário:
https://youtu.be/2XY3JHMo2_0