O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (4) que conversou com o ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil), que foi eleito senador pelo Paraná no último domingo (2).
Moro foi ministro da Justiça e Segurança Pública de janeiro de 2019 a abril de 2020, mas deixou o cargo por divergências com o mandatário e o acusou de interferir na Polícia Federal (PF).
“Está superado. É um novo relacionamento”, disse Bolsonaro ao ser questionado por repórteres no Palácio do Planalto. “O passado é do passado”, acrescentou.
O chefe do Executivo também disse que não tem nada de “desabonador” a falar sobre Moro nem sobre o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), que se elegeu para a Câmara dos Deputados também pelo Paraná. “Não tenho nada desabonador a criticar Sergio Moro ou Dallagnol”, garantiu.
Em uma nota nas redes sociais, o ex-juiz da Lava Jato criticou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e endossou a candidatura à reeleição do atual presidente.
“Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro”, escreveu ele.
Íntegra da fala de Bolsonaro sobre Moro
[…] Foi uma conversa bastante amistosa. Apaga-se no passado qualquer divergência porventura ocorrida. Sergio Moro foi uma pessoa que realmente mostrou o que era a corrupção no Brasil, levando dezenas de pessoas a condenações e deu uma nova dinâmica e esperança ao Brasil naquele momento. Então, o Moro, vai continuar, no meu entender, trabalhando como senador com esse viés, assim como o Dallagnol, que declarou publicamente seu apoio à minha reeleição. […] Todos nós evoluímos, eu mesmo errei no passado em alguns pontos, mas a gente evolui para o bem do nosso Brasil. Eu não posso querer impor a minha agenda pessoal. O Cláudio Castro mesmo já interferiu, em algum momento [nessa discussão], conversando e dizendo como eu deveria me reposicionar em algum momento. Então, erramos. É pedir desculpas. Não temos compromisso com o erro. E assim nós vamos evoluindo. Tenho certeza que o Sergio Moro será um grande senador aqui em Brasília, assim como o senhor Dallagnol. Está superado tudo. Daqui para frente, é um novo relacionamento. Ele pensa, obviamente, no Brasil, querendo fazer um bom trabalho para o seu país e o seu estado. O passado é passado. Não temos contas a ajustar. Temos é que cada vez mais nos entendermos para melhor servir à nossa pátria. Ele mesmo, quando chegou aqui no governo, não tinha experiência política, talvez isso tenha contribuído para alguns deslizes. Hoje em dia o passado faz parte do passado. Não tenho nada desabonador para criticar o Sergio Moro ou Dallagnol, muito pelo contrário. […]