O coração do imperador D. Pedro I (1798-1834) já se encontra em solo brasileiro. Emprestado pelo governo português para ser exposto durante a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, o órgão foi trazido de Portugal a bordo de um jato executivo da Força Aérea Brasileira (FAB) que pousou em Natal perto das 6 horas da manhã desta segunda-feira (22).
Da capital potiguar, a aeronave seguiu para Brasília (DF), onde a relíquia permanecerá até o dia 5 de setembro, quando será devolvido à Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, na cidade portuguesa do Porto, onde permanece guardada há quase 200 anos.
“É de grande significado que o país receba o coração do seu libertador”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, há duas semanas. “Será um elemento catalisador muito relevante para as celebrações do bicentenário da Independência do Brasil”, acrescentou o chanceler na ocasião.
A relíquia ficará exposta, com visitação pública, no Palácio do Itamaraty, de 25 de agosto a 5 de setembro.
O governo brasileiro já anunciou que, em respeito à memória de D. Pedro I, tratará a presença do coração do antigo monarca com as mesmas honras de Estado dispensadas a chefes de outras nações em visita ao país. Nesta terça (23), o órgão será levado ao Palácio do Planalto, onde ocorrerá uma cerimônia com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No Itamaraty, o órgão de cerca de 9 quilos será exposto no interior de uma cápsula de vidro, guardada em uma sala climatizada especialmente preparada para a ocasião e sob a vigilância da Polícia Federal (PF). No dia 7 de setembro, data da independência do Brasil, o coração estará em um evento, ao lado de outros chefes de Estado convidados.
A ideia de trazer o coração de D. Pedro I para as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil foi da médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi (PROS), que também é candidata à Câmara dos Deputados. De acordo com Nise, o simbolismo do imperador, visto como um ícone do liberalismo, justifica todos os esforços feitos. Ela própria diz ter feito contato junto à Família Real, que teria ajudado o país a obter a autorização para o traslado.