Um dos líderes mais conhecidos do PSDB no país, o deputado federal e ex-governador Beto Richa pode estar próximo de confirmar sua filiação ao Partido Liberal (PL) em um evento que deve contar com a presença de lideranças nacionais e de deputados paranaenses do partido.
Embora o PL ainda não tenha feito um anúncio oficial, uma apuração da Gazeta do Povo confirmada pelo Conexão Política indica que ele está se preparando para mudar de legenda e concorrer à pré-candidatura em Curitiba, inclusive com o apoio de Jair Bolsonaro (PL).
A informação também teria sido repassada às lideranças do PL no Paraná pelo presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto. A notícia surpreendeu até mesmo os membros da legenda no estado, pois o presidente estadual do PSDB e da Federação PSDB-Cidadania estava se colocando como pré-candidato tucano à prefeitura de Curitiba e chegou a cogitar a participação da ex-primeira dama Fernanda Richa em sua campanha.
Enquanto isso, o PSD, partido do governador Ratinho Junior, vinha trabalhando nos bastidores para atrair o apoio do PL para o pré-candidato Eduardo Pimentel, secretário estadual e vice-prefeito na gestão de Rafael Greca (PSD). No entanto, após Bolsonaro expressar sua oposição ao apoio a candidatos do partido devido à sua relação com Gilberto Kassab, as relações entre as siglas no Paraná se deterioraram, colocando em dúvida a aliança entre Ratinho e Bolsonaro na capital.
Considerado um quadro histórico do PSDB, Beto Richa foi prefeito de Curitiba e liderou a administração da capital paranaense entre 2005 e 2010, quando deixou o cargo para concorrer ao governo estadual. Ele foi eleito governador do Paraná e ocupou o cargo até 2018. Sua gestão, no entanto, foi marcada por uma série de controvérsias e escândalos que envolveram investigações.
Durante a operação Integração, que expôs um esquema de corrupção na antiga concessão de pedágio no estado, Richa foi preso preventivamente em setembro de 2018 por suspeita de desvios no Anel de Integração, um caso que surgiu como desdobramento da Lava Jato. Ele também enfrentou acusações de corrupção em outras operações, incluindo Quadro Negro, Piloto e Rádio Patrulha.
Apesar disso, seus processos foram anulados em 2023 após uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Na época, o ministro Dias Toffoli, relator das ações, declarou a nulidade das investigações contra Richa, que, segundo a decisão da Corte, teria sido vítima de “conluio processual”. Em 2022, ele foi eleito deputado federal com quase 65 mil votos.