O ministro Luís Roberto Barroso, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), criticou o que ele classificou como “conservadorismo radical”.
Em vídeo divulgado na segunda-feira (23), Barroso afirma que pessoas utilizam a internet para atacar a imprensa e as instituições.
“O conservadorismo radical, que não se confunde com o conservadorismo, se manifesta pela intolerância, pela agressividade, procurando negar e retirar direitos de quem pensa diferente, além de contrariar os consensos científicos em matérias diversas desde o aquecimento global até a vacinação”, disse.
Ainda de acordo com ele, o Brasil vive um momento em que se tenta desacreditar o processo eleitoral. Os responsáveis por isso, na visão de Barroso, são “milícias digitais”.
“Uma versão contemporânea do autoritarismo que atua na internet. Elas procuram destruir as instituições e golpeá-las, criando um ambiente propício para a desdemocratização”, afirmou.
Como exemplo, o ministro citou o caso dos Estados Unidos, onde o resultado da eleição presidencial vem sendo contestado pelo presidente Donald Trump, que diz ter havido fraude durante a apuração dos votos.
“E com muita frequência, muitas vezes, mesmo nas democracias, há um esforço de desacreditar o processo eleitoral, quando não favoreça essa crença. É o que hoje se observa, segundo alguns autores, nos Estados Unidos, com a recusa de aceitação do resultado que já parece definido”, declarou.