O general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teria ficado “atônito” e tentado desconversar quando o tenente-brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), teria dito que não concordava com uma ruptura para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
A declaração foi dada por Baptista Jr. durante depoimento à Polícia Federal. O encontro entre o então comandante da FAB e o general Heleno aconteceu durante a formatura de graduação do Instituto Técnico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Na ocasião, o neto de Heleno era um dos formandos na ocasião.
Após término da cerimônia, o general teria se dirigido a Baptista Jr. e perguntado se poderia ser disponibilizada uma vaga no avião de apoio da FAB, pois ele havia sido acionado por Bolsonaro para uma reunião de urgência no dia seguinte, 17 de dezembro de 2022, um sábado.
O tenente-brigadeiro, então, teria questionado se Heleno havia dito para o então chefe do Executivo que estava participando da formatura de seu neto, uma ocasião especial. O ministro do GSI teria respondido que sim, mas que a ordem de voltar para a capital federal havia sido mantida.
Diante disso, o comandante da Aeronáutica teria estranhado o fato da reunião ocorrer no fim de semana e com urgência. Isso fez com que ele tivesse chamado Heleno para uma conversa numa sala reservada.
No local, Baptista Jr. externou para o general que a FAB não concordaria com qualquer movimento de ruptura democrática. E por não ter sido convidado para o encontro, solicitou que o ministro avisasse Bolsonaro sobre sua posição.
Posteriormente, os dois teriam voltado no mesmo voo para Brasília e, com isso, não teriam mais tocado no assunto.