Às vésperas das eleições gerais de 2022, um novo episódio envolvendo denúncias de corrupção trazem à tona um passado obscuro do mundo político. O escândalo do mensalão jogou na lona o Partido dos Trabalhadores (PT) e nomes chaves da base aliada do então governo Lula, e a partir daquele momento a cúpula petista passou a ser atormentada por uma figura que foi crucial nos casos de corrupção comandados pela sigla: Marcos Valério, o principal operador do esquema em 2005.
Condenado a 37 anos de prisão, Valério proferiu novas declarações que mancham o histórico do PT. Agora, a menos de três meses para o pleito eleitoral, trechos inéditos de uma colaboração premiada voltam a sacudir os poderes da República. De modo incisivo, o ex-publicitário citou uma série de elementos que, segundo ele, confirmam a relação do PT com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Valério ainda apontou para a existência de um dossiê com dados sobre petistas que eram financiados pelo crime organizado.
Em meio a toda essa repercussão, a morte de Celso Daniel também voltou a ser discutida, reacendendo o interesse público em torno do ex-prefeito de Santo André (SP) brutalmente assassinado em 2002. Com base no depoimento de Valério, diversos termos relacionados ao homicídio passaram a ocupar os assuntos mais comentados do Twitter nas últimas horas, ganhando destaque também nas buscas do Google Brasil, com internautas procurando reportagens antigas e eventuais atualizações sobre o episódio.
Em janeiro de 2022, ele foi encontrado morto com marcas de tortura e perfurações de tiros em uma estrada em Juquitiba (SP), dois dias depois de ter sido sequestrado após sair de um restaurante na capital paulista. Filiado ao PT, Celso Daniel era o coordenador do programa de governo de Lula na campanha vitoriosa ao Palácio do Planalto naquele ano, sendo substituído por Antonio Palocci. Mesmo após 20 anos, o crime brutal parece ser uma ferida que nunca cicatriza.
Com a delação de Valério, e ao pesquisar ‘Celso Daniel’ nos principais pelos serviços de buscas na internet, destaca-se um documentário produzido há 7 meses pela Brasil Paralelo, uma empresa de educação e entretenimento. Com mais de 400 mil visualizações, o quadro ‘Investigação Paralela’ trouxe à tona a trajetória do ex-prefeito, que estava em seu auge na carreira política e era cotado para ocupar grandes cargos no Partido dos Trabalhadores.
Ao todo, o programa de investigações criminais da BP levantou 3 situações que ajudam a entender o delito contra o ex-prefeito: a turbulência política desencadeada na época; as mortes posteriores ao assassinato principal e os acontecimentos após o caso. Agora, com a ‘ressurreição’ do episódio por meio da delação de Marcos Valério, congressistas já falam em instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a fim de apurar a veracidade das alegações do delator. O recolhimento de assinaturas é articulado por integrantes da base aliada do governo federal no Congresso.
https://youtu.be/6fm9hQjbtug