O ex-ministro de governos petistas e ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo, afirmou na sexta-feira (19) que a chamada linguagem neutra se mostra um “atentado à sociedade nacional” e uma tentativa de impor outra forma de cultura no Brasil.
“É algo importado. Não é linguagem neutra, o que estão querendo impor é outra língua. […] O que estão querendo fazer não é o uso das palavras existentes. É a criação de uma outra língua, de um outro idioma, porque estão inventando palavras que não existem na língua portuguesa. Não é o problema do gênero, é a tradição, a cultura”, disse.
As declarações foram proferidas durante um seminário organizado pelo instituto do general Eduardo Villas Bôas ex-comandante do Exército Brasileiro.
No evento, Rebelo ainda criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) que, na semana passada, derrubou uma lei que proibia o “dialeto não binário” em instituições de ensino de Rondônia.
Na visão dele, a instância máxima do Judiciário age como “uma Corte dos costumes e dos comportamentos”. “Aqui no Brasil, essa agenda tomou conta do mercado, pelas corporações que estão nisso, da mídia, de certa forma o Legislativo vai entrando nisso e o Judiciário nem se fala”, afirmou.
O político, que construiu boa parte da sua carreira no Partido Comunista do Brasil (PCdoB), também disse que o Brasil é uma nação “essencialmente mestiça” e estão tentando transformá-lo em um país “de pretos e brancos”.
“Essa é a nossa marca, a miscigenação. Agora querem transformar em um país de pretos e brancos. Acho uma coisa criminosa, inaceitável, imposta de fora para dentro, financiada de fora. Porque se o Brasil chegar à conclusão de que somos um país dividido entre africanos e europeus, nós vamos ter que reconhecer que passamos 500 anos errados, equivocados. E que tudo aquilo que o Gilberto Freyre e o Darcy Ribeiro falaram do povo brasileiro, do mestiço que é bom, estava errado. É isso que querem nos impor”, finalizou.