Mais de 50 acadêmicos, intelectuais e economistas de diversas partes do mundo assinaram uma carta aberta em apoio ao bloqueio do X/Twitter no Brasil, segundo informações do portal Poder360. A carta critica a pressão exercida por Elon Musk, proprietário da plataforma, contra o governo brasileiro, que busca regulamentar as operações das big techs e garantir sua “soberania digital”. Entre os signatários estão nomes de peso como o ex-ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, o ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, e a ex-integrante do Parlamento Europeu, Marietje Schaake.
Curiosamente, apesar do apoio ao bloqueio, 30 dos 53 signatários continuam usando a rede social, conforme o portal. Isso inclui alguns dos economistas e acadêmicos mais renomados, como os franceses Gabriel Zucman, Thomas Piketty e Julia Cagé, além do professor do MIT, Daron Acemoglu.
O documento foi assinado por estudiosos de diversos países, incluindo Argentina, França, Estados Unidos, Austrália e Brasil. No grupo de brasileiros que endossaram o manifesto estão José Graziano, ex-diretor-geral da FAO, Helena Martins, professora da UFC, Marcos Dantas, professor da UFRJ, e Sergio Amadeu da Silveira, professor da UFABC.
Mesmo com o bloqueio imposto judicialmente ao X, a plataforma voltou a operar de forma não autorizada no país. Helena Martins, uma das signatárias, aproveitou a reativação do X para divulgar o manifesto e reafirmar seu apoio às decisões do governo sobre a regulamentação das plataformas digitais. Já os perfis de Marcos Dantas e Sergio Amadeu estão fechados, impossibilitando a visualização de suas atividades, e José Graziano não voltou a postar na rede.
Na carta, os signatários frisam que o Brasil busca reduzir sua dependência digital de empresas estrangeiras e construir uma autonomia tecnológica em áreas como inteligência artificial, infraestrutura digital pública, gestão de dados e tecnologia em nuvem. Eles falam que os “ataques” de Elon Musk e de líderes de “extrema-direita” contra esses esforços representam uma ameaça à democracia brasileira e podem servir de exemplo negativo para outras nações que buscam diminuir a influência das big techs em seus países.