O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que desistiria de lançar-se à Presidência da República, fez um acordo com o seu partido e agora diz que disputará as eleições de outubro.
Segundo ele, o anúncio de que abandonaria o pleito foi uma “estratégia” para ganhar apoio da executiva nacional tucana e minar a ala que apoiava o governador gaúcho Eduardo Leite.
O mandatário paulista declarou que reviu sua posição após o presidente-geral do PSDB, Bruno Garcia, publicar uma carta confirmando o resultado das prévias e reiterando o nome de Doria na campanha presidencial.
“Hoje ficou claro, através desta carta, que não há golpe, não há nenhuma forma de você vilipendiar a existência das prévias e o resultado das prévias. Isso seria admitir que o PSDB se tornou um partido golpista. E o PSDB não é um partido golpista, é um partido que nasceu na democracia”, disse Doria.
Ao ser questionado por repórteres se o risco de golpe era real, ele respondeu que “aparentemente, sim”. Logo em seguida, direcionou críticas a Eduardo Leite, afirmando que o governador gaúcho “perdeu” e “não teve a dignidade, o brio e a honra de reconhecer a derrota”.
“Tenho respeito pelo Eduardo Leite, mas ele tem que entender que democracia tem regras. Não é a regra que ele quer, que ele deseja para seu bem. É a regra que ele participou e perdeu. Espero que ele tenha consciência, na sua juventude. O PSDB nasceu na ditadura, no regime militar, para combater o militarismo, combater a ditadura. E agora, querer golpear? Quem faz golpe é ditadura, governos autoritários. Hoje é 31 de março, dia do golpe. Eduardo, não caminhe por essa linha. Compreenda seu valor, sua dimensão e sua juventude. Trabalhe por seu estado. Você tem muitas oportunidades ainda na vida pública. Não queira se associar com alguns que gostam de golpear nem outros que gostam de roubar”, finalizou.