O presidente do Haiti, Jovonel Moïse, de 53 anos, foi assassinado a tiros por criminosos não identificados em sua residência durante a madrugada, em “um ato desumano e bárbaro”, conforme classificou o primeiro-ministro interino do país, Claude Joseph, nesta quarta-feira (7).
A primeira-dama, Martine Moïse, foi ferida com um disparo e está internada. De acordo com o embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Bocchit Edmond, há uma força-tarefa para levá-la para Miami, no estado da Flórida, onde deve ser receber atendimento médico especializado.
O Conexão Política chegou a noticiar mais cedo que Martine teria falecido após a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) emitir nota lamentando a morte da primeira-dama. Horas depois, no entanto, a comissão corrigiu esta informação.
Com o Haiti dividido politicamente e enfrentando crescente crise humanitária e desabastecimento de alimentos, há temores de disseminação da desordem.
“Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação”, afirmou Joseph. Disparos de armas de fogo podiam ser ouvidos em toda a capital do país. Segundo ele, os invasores falavam em espanhol.
Porto Príncipe vem sofrendo com um aumento da violência entre gangues e a polícia pelo controle das ruas.
A violência foi alimentada pelo aumento da pobreza e da instabilidade política. Moïse enfrentou protestos ferozes desde que assumiu a Presidência em 2017, com a oposição acusando-o, neste ano, de tentar impor uma ditadura ao ampliar seu mandato e se tornar mais autoritário – acusações que, em vida, ele sempre negou.
Matéria atualizada às 14h40min de 07/07/2021 para acréscimo e correção de informações.